segunda-feira, 16 de junho de 2008

Perueiros, topiqueiros, motoristas de van, transporte alternativo,...

Nossa equipe fez o primeiro contato com os perueiros sediados na Pucc, no final de Março último. Naquela noite, meio sem jeito, procuramos um grupo de motoristas que se encontravam em uma van, conversando. Esta van se encontrava estacionada ao lado de outras, algumas com os seus motoristas a bordo. Na “nossa” van, o motorista era uma mulher, talvez com seus 45 anos, mais ou menos. Era a única mulher no grupo, composto de mais 3 homens, todos da mesma idade, aproximadamente 45 anos.

Conversavam e havia uma pequena televisão ligada. Nos apresentamos, comentamos a razão do nosso contato, e enquanto o John fazia fotos, eu ajeitei o gravador e o nosso grupo entrava no papo. Os perueiros parecem que já estavam acostumados com aquilo, afinal, transportavam alunos universitários que com certeza já os haviam “importunado” antes.

Ficamos por ali jogando conversa fora, e não posso dizer que alguma coisa nos tenha chamado demasiadamente a atenção. Afinal, alguns da nossa equipe já tinham uma relação mais próxima destes profissionais, se é que se pode chamá-los assim. Eu, especificamente, pelo fato de não usar este tipo de transporte, tinha maior curiosidade de saber como é este sujeito que me ultrapassa em alta velocidade todos os dias no trânsito, me corta, me fecha, atravessa a pista na minha frente para parar em seguida, e quando não está com pressa nenhuma, pois o horário de rush já passou, simplesmente não se incomoda de andar na menor velocidade possível, brecando todo o fluxo de veículos. Se alguém entrasse neste tema, certamente iriam escutar de mim, esquentado que sou.

Pois o que encontramos foi um bando de sujeitos simpáticos, educados, do qual é impossível ficar inimigo. Talvez tenham um nível de cultura maior que os perueiros que fazem o transporte urbano, são os donos das suas próprias vans, e isto pode fazer a diferença. Em todo caso, nada parecido com aqueles afobados que eu normalmente observava no trânsito.

Nos ofereceram café, que tinham em uma garrafa térmica. Conversamos sobre a atividade, e alguns confessaram que tinham 3 turnos, ou seja, de manhã, a tarde e a noite. Naquele horário e na Pucc Campus 1, não era interessante voltarem para casa, tinham de ficar por ali para voltar com os alunos. Satisfeitos? Sim disseram, os ganhos não eram tão ruins. E ainda havia a possibilidade de poderem fazer alguma atividade outra, que se encaixasse nos horários livres.

Para ficar na Antropologia, nada que os identificasse como um grupo a parte. Absolutamente normais na maneira de agir e de falar, sem atitudes ou gírias próprias. Pensar a alteridade a partir desta experiência? Sem maiores problemas.

Postado por Udo Fiorini, RA 07286602

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